Diversidade, Inclusão e pertencimento

Já afirmou Lisiane Lemos que “Diversidade é convidar para o baile, inclusão tirar para dançar”, mas outro dia li um complemento que dizia “pertencimento é dançar como se ninguém estivesse olhando” achei muito significativo e já trouxe para a minha prática em comunicação inclusiva. Mesmo porque, acredito que a inclusão verdadeira não existe sem o sentimento de pertencimento. Só se sente incluído quem tem espaço, ambiente e segurança para pertencer de forma legítima, ou seja, para ser quem é e praticar seus passos de dança com naturalidade, sem observações alheias.

Para complementar e ampliar minhas reflexões sobre o tema assisti o especial “Brené Bown: The Call to Courage”, disponível na plataforma de streamimg Netflix, que também discute o pertencimento. Todo mundo deseja pertencer, mas no final das contas o que é pertencer? Brené Brown apresenta o pertencimento como o contrário “de caber”, “de se encaixar”. Diante disso podemos refletir sobre a inclusão, que muitas vezes não funciona, porque as organizações querem fazer as pessoas caberem, se encaixarem, sem realmente respeitar sua pluralidade, despertando pertencimento.

A falsa inclusão que cria o “preciso me encaixar”, “preciso caber aqui” gera a cultura dos comportamentos abaixo:

– “Tenho que falar isso”
– “Devo evitar tal assunto”
– “Tenho que me vestir assim, ser assim”

Todos esses comportamentos refletem o caber. Pertencimento é primeiro pertencer a si próprio, falar o que sente, compartilhar as suas vivências. É nunca se trair em nome do outro, Pertencimento não requer que você mude quem você é. E é nesse ponto que as organizações erram, exigindo o “encaixe” de pessoas plurais, querendo as transformar em um bloco homogêneo. E quando o encaixe acontece perde-se a diversidade, a inclusão, a criatividade e a inovação.

A linguagem inclusiva entra nessa equação com o objetivo de auxiliar as organizações a respeitar a pluralidade, ajudando a comunicação ser respeitosa, acolhedora e preocupada com a construção de um ambiente seguro, sem preconceitos e estereótipos, onde todas as pessoas se sintam bem-vindas.

Portanto lembre-se organizações: Pertencimento não requer que as pessoas mudem quem são. Ele requer que elas sejam quem são.

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Renata Camargo
Jornalista graduada pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, possui 25 anos de experiência em comunicação corporativa. Consultora em comunicação inclusiva, pesquisadora e entusiasta do cenário brasileiro de Diversidade & Inclusão com ênfase no papel das empresas e marcas na transformação da sociedade.

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