Por que é tão difícil respeitarmos o outro?

Quando falamos de diversidade e inclusão falamos essencialmente de respeito. Não há inclusão de diversos sem respeito. E por que é tão difícil respeitar o diferente de nós, ou melhor, diferente do que nos foi apresentado como padrão, como correto? Porque no frigir dos ovos a maioria está em busca de seguir o padrão imposto para ser aceito.

Hoje, assisti a uma sequência de stories de uma dessas influenciadoras digitais de milhões de seguidores, que está trabalhando o lançamento de um produto novo, workshop e curso, desenvolvido por ela.

Nesses stories ela falava de inversão de valores, dizia que devemos tomar cuidado com essa inversão que está acontecendo silenciosamente em vários segmentos como beleza, música, moda. Então, ela exemplificou dizendo que o “belo” está sendo criticado e destruído, que as pessoas que falam sobre boa forma física, corpos magros, estão sendo massacradas porque há uma inversão de valores e os corpos gordos estão sendo exaltados, normalizados.

Pasmem, mesmo, porque foi isso que ela disse. E não contente seguiu dando outros exemplos, como afirmar que não adianta vestir uma roupa elegante se você chega em casa e ouve funk e muitos dos pensamentos que ela ali expôs, justificou com estudo de neurociência e versículos bíblicos.

Minha 1ª reação foi ter pena de quem pagará pelo curso, e pelo movimento da rede social verifiquei que serão muitos, a 2ª foi lembrar do episódio de Sessão de Terapia do Globoplay, temporada 5, estrelado por Luana Xavier na personagem de uma jovem gorda em sofrimento com o corpo devido ao julgamento social durante 24 horas.

Em 3º lugar me veio o questionamento sobre a dificuldade de se aceitar o diverso, de entender que pessoas não serão necessariamente iguais a você ou estarão dentro do padrão que você julga correto. E dentro do meu trabalho de comunicação percebi ainda mais como é urgente comunicar ações de inclusão, de respeito, buscar caminhos para nos libertarmos de padrões que nos foram impostos e nos são repetidos diariamente.

Cara, influenciadora, não há inversão de valores acontecendo, há apenas pessoas querendo viver tranquilas da maneira que são. E comunicar, naturalizar, essa transformação é importante e missão de todos (as) nós.

P.S: Vale assistir os episódios da personagem Giovana em Sessão de Terapia
https://globoplay.globo.com/v/9527310/programa/?s=20m47s

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Renata Camargo
Jornalista graduada pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, possui 25 anos de experiência em comunicação corporativa. Consultora em comunicação inclusiva, pesquisadora e entusiasta do cenário brasileiro de Diversidade & Inclusão com ênfase no papel das empresas e marcas na transformação da sociedade.

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