Você está realmente ouvindo, ou só está esperando a sua vez de falar?

Em nosso último artigo falamos sobre a importância da escuta e neste gostaria de dar continuidade ao assunto porque a escuta é um dos pilares da BlackID Comunicação para o desenvolvimento de uma comunicação realmente inclusiva. Além disso, escutar não é tão simples quanto parece. Afinal como bem disse Rubem Alves:

“Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer curso de escutatória. Mas acho que ninguém ia se matricular”.

Normalmente, em nossos diálogos não estamos realmente ouvindo, mas sim esperando a nossa vez de falar. A evolução é para que possamos genuinamente escutar. Há um exercício que costumo aplicar em alguns treinamentos chamado “Diálogo” que escancara o nosso comportamento nas conversas do dia a dia.

Neste exercício apresento um tópico bem controverso, polêmico e convido o grupo para conversar e opinar sobre o assunto em questão, mas ninguém pode interromper a outra pessoa e cada um tem até 1 minuto para falar. Parece simples, mas é surpreendente como observamos as dificuldades na prática.

Muitas pessoas confessam que é incontrolável a vontade de interromper a fala do outro indivíduo principalmente quando a opinião é divergente, mas também quando existe concordância há um enorme impulso de fazer observações sobre o que estava sendo dito, apoiando o discurso.

Costumo dizer que a inquietação é o viés inconsciente que temos de nos acharmos mais importantes: “Eu conheço o assunto que você está comentando, tenho uma nova informação que talvez você não conheça, e ainda tenho um fato pra complementar, me ouça! ”. E sabe de uma coisa? Na maioria das vezes que deixamos de interromper alguém, esse alguém consegue criar um argumento tão completo que realmente todas as informações que nos sentimos no dever de compartilhar já não fazem mais sentido algum.

Muitas vezes a escuta é a melhor resposta para um diálogo verdadeiro. Entretanto, não é só deixar de falar que é difícil. Escutar é ainda mais desafiador porque quando outra pessoa está expondo seus pensamentos, já estamos analisando, julgando e pensando no que falar ao invés de ouvir.

Ouvir genuinamente é permitir que as coisas sejam como são antes de transformá-las no que achamos que deveriam ser. Depois de escutar com neutralidade, sem gerar julgamentos podemos decidir o que fazer ou como se sentir diante do que foi dito, mas não antes disso.

Escutar é um aprendizado constante e há técnicas para construí-lo com a aplicação de 5 tipos de escuta: apreciativa, empática, organizadora, perspicaz e avaliadora. Você as conhece? A BlackID quer ajudar equipes a desenvolve-las.

Nós da BlackID te propomos um exercício! Da próxima vez que você conversar com alguém se pergunte: Estou realmente ouvindo, ou só estou esperando a minha vez de falar?

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Renata Camargo
Jornalista graduada pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, possui 25 anos de experiência em comunicação corporativa. Consultora em comunicação inclusiva, pesquisadora e entusiasta do cenário brasileiro de Diversidade & Inclusão com ênfase no papel das empresas e marcas na transformação da sociedade.

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